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Carta aberta ao meu país adoptivo

Querido Portugal:

Quanto mais mergulhas neste miserabilismo pegajoso, pior. Até parece que as tuas gentes gostam deste estado de espírito derrotista - se queixar-se fosse uma modalidade desportiva, já teriam todos um armário cheio de medalhas de ouro. Quer no café, quer no trabalho, quer em casa, diz-se, com descontentamento,  que tu Portugal estás à deriva!

Tendo em conta a tua história rica, o teu património cultural honrado e a tua língua - a sexta mais falada do mundo - custa-me acreditar nisso, até porque tens a fama de possuir esta característica tão rara como invulgar: o desenrascanço. Então, porque é que muitas das tuas gentes andam agora cabisbaixas?

Por exemplo, sabias que nas Comunidades, ser português ainda é uma fonte de orgulho? Pois, os teus emigrantes orgulham-se das suas raízes e andam a promover-te e a divulgar-te amigo, para que os seus colegas de lá nos países de acolhimento possam vir a te conhecer pessoalmente. E não estou apenas a falar de férias mas de negócios também!

Sabe bem este amor à pátria, sabe bem este carinho, sabe bem esta empatia com a tua situação actual, não achas? Por cá nos Açores, também há quem encare esta "crise" de forma criativa, como uma oportunidade para dinamizar a economia. Podes não ter dinheiro na conta, mas tens recursos que ainda não estão a ser aproveitados.

Às vezes, é só preciso uma mudança de perspectiva. Em Espanha, têm este petisco chamado "cecina", que é presunto de vaca. Alguns fabricantes espanhóis já estão a vir buscar a sua matéria prima - tipicamente carcaças entre 7 e 11 anos - aos Açores. Vai daí, algumas cabeças pensadoras do Faial e de São Miguel decidiram criar uma empresa para fabricar o produto acabado cá na região. Assim as mais-valias ficam no arquipélago.

Esse é um exemplo concreto - entre outros - do que a necessidade é realmente a mãe de todas as invenções portanto não há razão nenhuma de ficares abatido, querido Portugal. Nas dificuldades existem sempre oportunidades, vês?

Porque é que não dizes às tuas gentes para pararem de ter medo, para manterem os seus olhos abertos, para largarem o Facebook e aquela obsessão de verem e serem vistos, para apagarem a televisão e para falarem uns com os outros? Com comunicação é que nos entendemos, mas com tanto barulho de fundo, às vezes já nem se consegue pensar!

Não tenho sombra de dúvida que podes e vais superar este mau bocado querido Portugal, porque já passaste por tanto, sempre conseguiste e és mesmo desenrascado!

Vá lá, ergue a cabeça, sorri e vai em frente!

Gosto muito de ti.

Um forte abraço. (quazorean@gmail.com)

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